Anotações sobre o fracasso - parte II
Como prometido,
volto à temática do fracasso.
Em seu "Da mão
para a boca - crônica de um fracasso inicial", Paul Auster conta como
conseguiu se tornar escritor. Ele começou com poemas, traduções, textos
críticos, resenhas literárias; peças de teatro. Fez até um jogo de baseball;
histórias de detetive; roteiros de cinema.
No trecho inicial, o
escritor revela:
"Dos vinte e
muitos aos trinta e poucos anos de idade, passei por um longo período em que
tudo que eu tocava dava em fracasso. Meu casamento terminou em divórcio, meu
trabalho como escritor não levava a nada e eu vivia atormentado por problemas
financeiros. Não me refiro a apenas um aperto ocasional, a épocas recorrentes
de vacas magras, e sim a uma falta de dinheiro constante, opressora, quase
sufocante, que me envenenava a alma e mantinha-me num estado perene de
pânico."
(Paul Auster in "Da mão
para a boca, crônica de um fracasso inicial", Companhia das Letras, 1997)
Amanhã, trarei Virginia Woolf.