Bet Moreira todos os domingos me presenteia com a poesia. Pra não ficar só na minha cxa postal, republico aqui:
Anna Akhmatova (1889 - 1966)*
Vinte e um. Noite. Segunda-feira.
A silhueta da cidade na neblina.
Algum desocupado inventou
essa história de que há amor no mundo.
E por preguiça ou por tédio,
todos acreditaram nele e assim viveram:
esperando encontros, temendo ruturas
e cantando canções de amor.
Mas a outros será revelado o segredo
e sobre estes recairá o silêncio…
Eu tropecei nele casualmente e, desde então,
sinto-me como se estivesse doente.
(*)Qual a importância da poesia de Anna Akhmatova?
Lauro Machado Coelho – A sua profunda humanidade. A capacidade que ela tem de falar de seus próprios sentimentos de uma forma tão universalizante que qualquer indivíduo pode identificar-se com ela. Akhmatova é a primeira poeta russa que não tenta rivalizar com os homens dentro de seu terreno. A sua é uma típica poesia de mulher. Mas escrita de tal maneira, que um homem pode perfeitamente compreender e sentir a intensidade do que ela está dizendo. E mais: é uma poesia de simplicidade clássica, despojada, de enorme sobriedade. Capaz de concentrar toda uma vida numa estrofe de quatro versos, como dizia um dos estudiosos de sua obra.
LMC foi o tradutor para o português.
Anna Akhmatova (1889 - 1966)*
Vinte e um. Noite. Segunda-feira.
A silhueta da cidade na neblina.
Algum desocupado inventou
essa história de que há amor no mundo.
E por preguiça ou por tédio,
todos acreditaram nele e assim viveram:
esperando encontros, temendo ruturas
e cantando canções de amor.
Mas a outros será revelado o segredo
e sobre estes recairá o silêncio…
Eu tropecei nele casualmente e, desde então,
sinto-me como se estivesse doente.
(*)Qual a importância da poesia de Anna Akhmatova?
Lauro Machado Coelho – A sua profunda humanidade. A capacidade que ela tem de falar de seus próprios sentimentos de uma forma tão universalizante que qualquer indivíduo pode identificar-se com ela. Akhmatova é a primeira poeta russa que não tenta rivalizar com os homens dentro de seu terreno. A sua é uma típica poesia de mulher. Mas escrita de tal maneira, que um homem pode perfeitamente compreender e sentir a intensidade do que ela está dizendo. E mais: é uma poesia de simplicidade clássica, despojada, de enorme sobriedade. Capaz de concentrar toda uma vida numa estrofe de quatro versos, como dizia um dos estudiosos de sua obra.
LMC foi o tradutor para o português.