Olimpíadas 2016, vou me ufanar: viva o povo brasileiro!


                                                                                                   Drawing by Tom Azevedo


Eita que a gente tava mesmo precisado de umas ondas de otimismo. Pois  eu me banhei no mar do Rio de Janeiro na abertura das Olimpíadas.  Confesso, chorei! Sou mole pra chorar? Manteiga derretida? Talvez. 

Mas é que eu realmente me orgulhei ao assistir pela televisão junto ao meu filho Antonio,  que tem 10 anos de idade - ele se animou tanto, achou tudo tão bonito que acordou cedo hoje e já foi acompanhar os jogos olímpicos. Tá assistindo tudo.

Quando Antonio  viu no palco a representação dos índios, os donos do Brasil; os portugueses, os invasores do Brasil; a escravização dos africanos; a vinda de outros povos; ele disse: - Mãe, pra saber a história do Brasil, é só assistir essa abertura, né? 

Que coisa mais linda o Hino Nacional entoado por Paulinho da Viola.  Não à toa a presença da brava Elza Soares, guerreira, resistente, apesar de enfrentar tantos problemas de saúde.  Ela rodeada de três bailarinas lindas, jovens, plenas de saúde, numa canção repleta de significados que é o Canto de Ossanha.

Mas quando vi Gisele Bündchen no palco da abertura ao som de Garota de Ipanema, pensei:  - Será que ela representa o Brasil? Só porque ela é famosa no mundo? Sei não. Sou fã mesmo é de Carolina Maria de Jesus. Ela não está mais entre nós. Escreveu uma obra emocionante, "Quarto de despejo - diário de uma favelada". 

E  c-a-r-a-m--b-a!  Teve até poesia - um trecho do poema "A Flor e a Náusea"  lido em português e em inglês pro mundo inteirinho ouvir. Viva Carlos Drummond de Andrade.  E é entre o luxo e o lixo, entre a flor e a náusea que a gente caminha por esse País. Viva o povo brasileiro!

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