Eita que a gente
tava mesmo precisado de umas ondas de otimismo. Pois eu me banhei no mar do Rio de Janeiro na
abertura das Olimpíadas. Confesso,
chorei! Sou mole pra chorar? Manteiga derretida? Talvez.
Mas é que eu realmente
me orgulhei ao assistir pela televisão junto ao meu filho Antonio, que tem 10 anos de idade - ele se animou
tanto, achou tudo tão bonito que acordou cedo hoje e já foi acompanhar os jogos
olímpicos. Tá assistindo tudo.
Quando Antonio viu no palco a representação dos índios, os
donos do Brasil; os portugueses, os invasores do Brasil; a escravização dos
africanos; a vinda de outros povos; ele disse: - Mãe, pra saber a história do
Brasil, é só assistir essa abertura, né?
Que coisa mais linda
o Hino Nacional entoado por Paulinho da Viola.
Não à toa a presença da brava Elza Soares, guerreira, resistente, apesar
de enfrentar tantos problemas de saúde.
Ela rodeada de três bailarinas lindas, jovens, plenas de saúde, numa
canção repleta de significados que é o Canto de Ossanha.
Mas quando vi Gisele
Bündchen no palco da abertura ao som de Garota de Ipanema, pensei: - Será que ela representa o Brasil? Só porque
ela é famosa no mundo? Sei não. Sou fã mesmo é de Carolina Maria de Jesus. Ela
não está mais entre nós. Escreveu uma obra emocionante, "Quarto de despejo
- diário de uma favelada".
E c-a-r-a-m--b-a! Teve até poesia - um trecho do poema "A
Flor e a Náusea" lido em português
e em inglês pro mundo inteirinho ouvir. Viva Carlos Drummond de Andrade. E é entre o luxo e o lixo, entre a flor e a
náusea que a gente caminha por esse País. Viva o povo brasileiro!
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