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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

Clarice Lispector e o dicionário das flores

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Girassóis. Van Gogh. Clarice convida a mudar-se para um reino novo, o reino das flores. Essas redefinições estão no livro Água Viva: CRISÂNTEMO : “O crisântemo é de alegria profunda. Fala através da cor e do despenteado. É flor que descabeladamente controla a própria selvageria.” GERÂNIO : “Gerânio é flor de canteiro de janela. Encontra-se em São Paulo, no bairro de Grajaú e na Suíça.” ORQUÍDEA : “A formosa orquídea é exquise e antipática. Não é espontânea. Requer redoma. Mas é mulher esplendorosa e isto não se pode negar.” (...) TULIPA : “Tulipa só é tulipa na Holanda. Uma única tulipa simplesmente não é. Precisa de campo aberto para ser.” = = = 

O silêncio segundo Nietzsche

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Quero o silêncio. Óleo sobre tela. Por Tom Azevedo. Tem palavras que colam na gente. Por serem feias, estranhas, bonitas, sonoras. DISPÉPTICO é uma delas.  “Todos os calados são dispépticos”, setenciou Friedrich Nietzsche em Ecce homo: como alguém se torna o que é : “Parece-me também que a palavra mais grosseira, a carta mais grosseira, são ainda mais humanas e mais honestas do que o silêncio. Aos que silenciam falta-lhes quase sempre uma finura e cortesia do coração; silenciar é uma objeção, engolir as coisas produz necessariamente mau caráter – estraga inclusive o estômago. Todos os calados são dispépticos .” = =  Página 29, Companhia das Letras, 1995.

A última coisa que eu queria era me proteger dos riscos da vida

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Fui e sou apaixonada por muitos “Paul”: o ator; o Beatle; e tem também o escritor, Paul Auster (foto), que faz aniversário hoje, 3 de fevereiro de 2015. O que me fascina na obra de Auster é o manejo incomparável da escrita. Ele parece um maestro. Gosto também da recorrência de certos temas na sua obra, como as terríveis e adoráveis coincidências que são pregadas por e pelas nossas vidas.   Admiro o escritor ou a escritora que sempre soube que queria escrever, como uma missão, ou uma maldição, ou uma sina. Em Da mão para a boca (Hand to mouth) , Auster nos conta como foi difícil se manter do ofício de escrever, como ele se posiciona tão firmemente em relação ao caminho que precisou seguir: “Não vou defender as escolhas que fiz. Se elas não foram práticas, a verdade é que eu não queria ser prático. Queria viver experiências novas, conhecer o mundo e me testar, entrar e sair de várias coisas, explorar o máximo possível. Desde que eu mantivesse os olhos abertos, pa...