Todos os caminhos levam a Camus
No Estadão de hoje, a coluna de Luis Fernando Verissimo: “Camus ou Cami”.
Como todos os caminhos me levam a Camus, trago dele uma
ausência: emprestei “O primeiro homem” para uma colega quando trabalhava na
Folha de S.Paulo, Neuza; ela era a diagramadora (hoje não existem) mais da
Ilustrada, caderno da FSP. Grande Neuza! Saudades suas!
Enfim, o livro nunca me foi devolvido, mas eu já a perdoei –
livros são para ser passados de mãos em
mãos mesmo. Mas a lembrança da ausência fica. Era esta a capa:
Enfim mais uma vez, por Verissimo nos brindar com o texto
sobre Camus, o que me fez ir até a estante e catar o que tenho de Albert:
Reabri rapidamente “A morte feliz” (“La mort heureuse) e transcrevo aqui um trecho que me tocou dito por Mersaut a Catherine:
-
O erro, minha pequena Catherine,é
acreditar que é preciso escolher, que é preciso fazer aquilo que se quer, e
que, para ser feliz, existem condições.A única coisa que conta, sabe, é a
vontade de felicidade, uma espécie de felicidade, uma espécie de enorme
consciência, sempre presente. O resto, mulheres, obras de arte ou sucesso
mundanos, são apenas pretextos. É uma tela em branco que aguarda nossos
bordados.
(In “A morte feliz”, Albert Camus, página 110, Editora Record, 3ª edição,
RJ, 1993.)
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